Nesse post falaremos um pouco sobre alguns dos mitos relacionados ao design em XP e sobre a nova abordagem de Kent Beck para garantir a qualidade e a simplicidade do design de um sistema.



Na primeira edição do livro Extreme Programming Explained, Kent Beck propôs 3 práticas que estavam diretamente relacionadas ao design do sistema: Design Simples, Refatoração e Metáfora. Dessas três, a última é a que mais gerou confusão nos praticantes de XP, sendo uma das menos utilizadas na prática. Com relação às outras duas, já ouvi diversas críticas e dúvidas:

Algumas dessas dúvidas estão relacionadas à forma como elas foram apresentadas na primeira edição, enquanto outras se baseiam numa interpretação errônea da prática no contexto de XP. A resposta para essas perguntas está melhor estruturada numa nova prática da segunda edição do livro: o Design Incremental. Invista no design do sistema um pouco a cada dia e se esforce para que o design seja excelente para resolver as necessidades atuais do sistema.

  • Quando?: Ao contrário de pensar pouco ou nunca pensar no design, a estratégia de XP é pensar sempre no design.
  • Como?: Faça mudanças em passos seguros e pequenos. A disciplina que facilita a evolução constante do design em XP é a refatoração, que melhora a qualidade do código sem alterar o comportamento do sistema.
  • Onde?: A heurística mais simples e eficaz é eliminar código duplicado. Adicionar uma feature num único lugar é muito mais simples e rápido do que ter que mexer em código espalhado por diversas classes.
  • Por quê?: Um design simples é mais comunicativo e mais fácil de ser entendido e alterado. Se o objetivo de XP é manter o custo da mudança constante, a facilidade de alterar o design a qualquer momento é fundamental.

Os novos critérios propostos por Kent Beck para avaliar a simplicidade são, em ordem de prioridade:

  1. Apropriado para o público-alvo: O código deve ser facilmente entendido pelas pessoas que vão trabalhar com ele.
  2. Comunicativo: Todas as idéias e intenções devem estar presentes no código, facilitando o entendimento do time e de um futuro leitor.
  3. Fatorado: A existência de código duplicado dificulta as alterações e o entendimento.
  4. Mínimo: Cumprindo as três restrições acima, um sistema deve ter o menor número de elementos possível. Menos classes implicam em menos código para testar, documentar e comunicar.

Para auxiliar o entendimento dos critérios de XP para avaliar e produzir código de qualidade, uma outra prática – que a princípio não parece ter relação direta com o design – se mostra muito importante: o Desenvolvimento Orientado a Testes (TDD – Test Driven Development). Ela será o tema dos próximos posts e, ao contrário do que possa parecer, está tão relacionada à produção de testes automatizados quanto à produção de código mais simples, comunicativo, fatorado e mínimo.

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