Para fechar essa série de posts sobre o FISL, resolvi falar um pouco sobre algumas das curiosidades da minha viagem a Porto Alegre:

1-1 = 3 ?

O hotel em que ficamos era um tanto curioso. Em primeiro lugar, nosso quarto tinha, além dos usuais 2 quartos e banheiro, uma cozinha gigante, uma sala de TV, uma área de serviço e até campainha! Com certeza era um prédio de apartamentos que virou hotel. O quarto do pessoal do BCC 2005 ficava na cobertura e tinha 2 andares! Muito chique. Mas o mais engraçado era o que tinhamos que fazer para chegar no nosso quarto, 501B. A recepção ficava no prédio “A”, no andar 1. O andar térreo era onde ficava a passagem para o nosso prédio “B”. Então tínhamos que descer um andar para atravessar de um prédio para o outro. Até aí tudo bem. O mais engraçado era que saíamos do térreo do prédio “A” e, andando em linha reta, chegávamos ao terceiro andar do prédio “B”! Sim, 1 – 1 = 3! A última parte do percurso era fácil: só subir mais 2 andares para chegar no quinto. Que confusão!

Churrascarias e taxistas

No primeiro dia todo o pessoal do IME foi jantar numa das melhores churrascarias de Porto Alegre (pelo menos segundo a propaganda e as indicações de algumas pessoas). Fomos todos de táxi e, segundo relatos do pessoal que foi antes, alguns dos motoristas de táxi ganhavam comissão para levar as pessoas nas churrascarias “conveniadas”. Ou seja: ele tentava te empurrar outra churrascaria e, na pior das hipóteses, te levava na conveniada dizendo que era a outra. :-) Não vou nem comentar muito sobre o que aconteceu na volta para o hotel mas, aparentemente, o convênio dos motoristas de táxi não se limita às churrascarias, mas também a outros estabelecimentos noturnos da cidade (com direito a escolher 1 entre 3 opções sem pagar a corrida!). Essa foto foi tirada pelo Guilherme:

Pessoal do IME na churrascaria gaúcha

No terceiro dia, fui encontrar com uma amiga que estudou comigo e fomos jantar numa churrascaria uruguaia. A comida era muito boa. O Julian não se conteve e teve que pedir um “Tapa no Quadril” de janta. Sim, picanha tem esse nome naquele restaurante. Tinha até a opção “Tapa no Quadril – Gaúcho”. Imaginem ele pedindo para a garçonete: “Por favor, eu gostaria de um Tapa no Quadril”. Foi engraçado. :-)

Google

Conforme já comentei, no último dia, tivemos que ralar para conseguir ganhar brindes no stand do Google. A protagonista da cena engraçada do dia foi a Mari: depois de ensinar eu e o Julian a resolver o Cubo Mágico, uma outra menina pediu para aprender. A Mari, já cansada de ficar em pé, puxou a cadeira do stand do Google e começou a explicar para sua nova aprendiz. Depois de um tempo ensinando os movimentos e as etapas para chegar na solução, a menina conseguiu terminar. Foi então que a Mari me tira um chaveiro do Google do bolso e dá para a menina, como prêmio por ter resolvido o cubo. Ha ha ha.. A menina até perguntou se ela trabalhava no Google. Enquanto eu dava risada o pessoal do Google estava inconformado com a cena (e rindo também).

Settlers

Tirando o fiasco que foi minha participação no jogo do primeiro dia,
uma frase ficou marcada: no meio das negociações eu ouço alguém pedindo “Eu quero uma madeira” (você vai ter que ler em voz alta para entender a graça… ou não). Ok, essa nem foi tão engraçada, podia ter terminado sem essa. :-)

Assim termino essa série de posts sobre o FISL 2007 e espero encontrá-los por lá no ano que vem!

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April 17th, 2007Último dia do FISL

O último dia do FISL foi bem intenso, apesar de ter assistido apenas 3 palestras:

  • AJAX: A primeira palestra do dia que assisti foi sobre Web 2.0, AJAX, Hibernate, JSF, JPA, EJB, Netbeans… No entanto o que assisti foi uma mera introdução sobre AJAX – ponto. Com direito a exemplos de código funcionando. O pessoal parecia estar curtindo, mas não foi nenhuma novidade para mim.
  • Being a Sysadmin at Google: Essa palestra foi mais interessante, apesar de um pouco curta. A Fernanda falou um pouco sobre alguns dos projetos em que já trabalhou: um para colocar um escritório novo funcionando a partir do primeiro dia, um para monitoramento do parque de servidores e o Goobuntu, uma distribuição Linux interna que utilizam nas máquinas dos funcionários (e que não pretendem liberar para uso público, ainda). Claro que não poderia faltar falar um pouco sobre o dia-a-dia de um admin no Google e atrair interessados para novas vagas.
  • Arena de Programação: Mais para o final do dia, fui assitir uma discussão sobre o que rolou na Arena de Programação, uma novidade interessante dessa edição do FISL. Fui prestigiar nosso representante (e companheiro de quarto), o Guilherme Silveira da Caelum, que acabou vencendo nas 2 etapas (individual e por equipe) e levando um notebook para casa. Na verdade, levando um “vale-notebook”. O prêmio verdadeiro deve chegar na casa dele um pouco depois :-)

O mais divertido do dia não foram as palestras, mas os desafios propostos no stand do Google, que fiquei resolvendo com o pessoal do IME. Eles levaram um jogo com peças coloridas no estilo tetris e, a cada dia, mudavam o desafio para distribuir brindes. No começo era só montar tudo colocando as cores iguais juntas, mas no último dia você já não podia encostar peças de cores iguais (nem na diagonal), nem tirar a peça depois de colocar e nem “simular” na mesa antes de encaixar a peça. Tinha também um Cubo Mágico pro pessoal resolver. Tive que me esforçar para ganhar brindes:

  • Meu primeiro chaveiro eu ganhei resolvendo o joguinho das peças coloridas quando ainda podiam encostar cores iguais na diagonal.
  • Um dos pontos altos do dia foi ter aprendido a resolver o Cubo Mágico! Valeu Mari! Ganhei um ímã com uns LEDs piscando de brinde.
  • O ponto mais alto do dia foi o que tivemos que fazer pra ganhar uma camiseta, canetas e mais chaveiros/ímãs piscantes: O pessoal soltou um desafio para calcularmos o número de soluções possíveis para o jogo das peças coloridas. Ficamos quebrando a cabeça um tempo e, com a ajuda do Guilherme (mesmo depois de ficar 3 dias programando na Arena), do Julian e da Mari, conseguimos programar um algoritmo de backtracking para resolver o problema (tudo bem que não conseguimos calcular para as 10 colunas, mas acho que aprendi um monte durante as 2:00hs que passamos programando).

De noite fomos jantar numa churrascaria uruguaia com a Luiza, uma amiga que fez BCC comigo e está terminando o mestrado na URGS. Voltando para o hotel, joguei mais uma partida de Settlers e dessa vez eu consegui ganhar :-)



Em resumo, o FISL foi muito divertido. Poucas das palestras foram realmente proveitosas, porém o número de pessoas que conheci/re-encontrei e a troca de experiências foi impressionante. É legal participar de um evento como esse para conhecer pessoas excepcionais e encontrar boa parte da comunidade geek do país.

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Continuando meus relatos do FISL 8.0 em highlights, meus comentários sobre o segundo dia:

  • OLPC: Uma das principais atrações do FISL é o projeto One Laptop Per Child. O governo brasileiro está analisando e testando outros protótipos, mas pelo que eu vi por aqui, o OLPC-XO me parece bem mais “child-friendly”. Uma das coisas mais legais é que ele já funciona numa rede mesh sem fio, e as crianças conseguem detectar os amigos mais próximos e trocar informações/dados. Numa das palestras que assisti sobre o protocolo de comunicação dessa rede, fizeram uma demonstração de como a rede se recompõe quando um nó “servidor de stream” (tocando música) sai do alcance e um terceiro nó entra no meio para continuar roteando o pacote. Muito legal!

Protótipo do OLPC - XO

  • Sourceforge.net: A palestra sobre a infra-estrutura do SourceForge foi bem interessante e o palestrante mostrou que eles aplicam vários conceitos ágeis na forma como pensam sobre o assunto. Eu anotei algumas das quotes que ele colocou na apresentação para ilustrar o que estou falando:
    • Sobre simplicidade: “Complex Structures that work evolve from simple structures”
    • Sobre otimização precoce: “Capacity planning is imprecise, based on What is the Next Bottleneck?”
    • Sobre adaptação a mudanças: “The only one thruth about luck is that it will change”
    • Sobre os objetivos do projeto: “Our goal is to have quicker developement and get things done”
  • Maddog: Através de uma comparação entre Software Livre e Pianolas (aqueles pianos que “tocam” sozinho), John “Maddog” Hall apresentou de forma descontraída e informativa um resumo da história da evolução dos cravos/pianos/orgãos/pianolas, fazendo um comparativo interessante com a comunidade do Software Livre.
  • Ubuntu: Apesar de pegar só o finalzinho da palestra do Jono Bacon, do Ubuntu, acho que foi uma palestra bem interessante, onde ele falou da importância e do papel da comunidade no desenvolvimento do Software Livre (focou mais nos aspectos de colaboração entre pessoas). O título da palestra era bem sugestivo: “How to Herd Cats and Influence People”. Suas idéias sobre comunidades estão totalmente alinhadas com o que o Kent Beck fala. Na segunda edição do livro de XP, inclusive, ele torna a comunidade parte da metodologia, colocando-a ao lado dos valores, princípios e práticas de XP.
  • Settlers of Catan: A noite voltamos para o hotel, pedimos uma “pizza” de metro (sim, a pizza é quadrada, e não, não tem 1 metro quadrado). A massa tinha gosto de pão e o molho de tomate era daqueles de latinha, que já vem pronto. O mais legal foi jogar Settlers (com direito a expansão e tudo – 6 jogadores) com o pessoal do BCC 2005 e ficar em último lugar :-) Aliás, todos desse pessoal mais novo do IME, que eu não conhecia, são muito legais.

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Cheguei ontem em Porto Alegre para participar da oitava edição do FISL, o Fórum Internacional Software Livre. O IME organizou uma caravana com cerca de 50 pessoas, mas eu preferi não viajar 20 horas de ônibus (incluindo 2 paradas policiais para conferir o nome e RG de todo mundo) e p(e|a)gar um vôo de 1h para chegar aqui (Ok, o vôo atrasou 1 hora para sair de SP…)



Chegando ao FIERGS, encontramos uma fila gigante para o cadastramento. Depois de passar um tempo parados na fila, descobrimos que podíamos entrar sem o crachá até o 12:00, em outras palavras, estávamos perdendo tempo. Entramos direto para a palestra do “Maddog” sobre VoIP e Asterisk, onde ele apresentou um pouco sobre a evolução e a influência da tecnologia nos sistemas de telefonia, desde os tempos onde precisávamos pedir para a telefonista preparar uma linha para uma ligação de longa distância (não, eu não sou dessa época), passando pela época onde precisamos de diversas traduções entre sinais analógico-digital e vice-versa (PABX), até hoje onde conseguimos tratar voz como dados, que são roteados normalmente na internet (VoIP).

No entanto, não estou assistindo muitas palestras pois existem muitas trilhas concorrentes e os assuntos são muito diversificados. Porém, a convivência com as pessoas do IME e o pessoal que estou conhecendo aqui no FISL são muito mais valiosas que o conteúdo das palestras em si. A troca de experiências com as diversas comunidades é muito enriquecedora. Vou gastar mais algumas linhas com alguns dos highlights do primeiro dia do FISL:

  • Lilypond: Infelizmente peguei só os últimos 10 minutos da palestra com o criador do Lilypond (que agora trabalha no Google, em Belo Horizonte), mas foram os 10 minutos que eu mais gostei até agora! Ele mostrou uma forma diferente de encarar os testes automatizados no Lilypond, através da comparação de imagens e análise de mensagens de log, além de falar sobre a forma como criaram um Grand Unified Build para compilar distribuições para diferentes plataformas de forma unificada e automatizada.
  • Google: O Google está muito presente aqui no evento, recrutando, entrevistando, distribuindo brindes e apresentando palestras. Na parte da tarde assisti uma palestra sobre alguns dos papers já publicados por lá, falando sobre: MapReduce, Google File System (GFS) e Big-Table. Vale a pena conhecer, quem não conhece!
  • Churrasco: Não poderíamos passar por Porto Alegre sem comer um belo churrasco, o pessoal do IME se organizou para jantar numa das melhores churrascarias daqui (segundo a propaganda). Se é realmente a melhor eu não posso dizer, mas que a comida estava muito boa, isso não posso negar.

Hoje já aconteceram mais coisas legais, mas vou deixar para escrever o relato do Dia 2 amanhã, afinal meu ritmo de produção é diretamente proporcional ao número de intervalos livres que tenho durante o FISL. :-)

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