June 23rd, 2007XP 2007 – Dia 5
No último dia da conferência, um tutorial pela manhã e um workshop de tarde. Alguns dos temas do dia foram: barreiras invisÃveis, teoria das restrições e área de trabalho informativa.
How to Overcome Invisible Barriers – Christoph Steindl e Christian Federspiel
Esse tutorial da parte da manhã foi o mais fraquinho dos que participei. Apesar disso, pude aproveitar algumas das idéias apresentadas e acho que elas podem trazer valor na hora de discutir um problema invisÃvel. Como o Tom de Marco disse: “Não importa qual o problema, é sempre um problema com pessoas”. Algumas das ferramentas apresentadas e exercitadas ao longo da sessão foram:- 5 Por Quês?: Essa é uma excelente ferramenta que a Toyota usa quando precisa encontrar a verdadeira causa de um problema. Corrigir sintomas não curam a causa, então ao perguntar o “Por Quê?” do “Por Quê?”, você quase sempre chega na raÃz. Essa ferramenta eu já conhecia e posso dizer que ajuda muito.
- Diagrama de Resolução de Conflitos (Conflict Resolution Diagram ou CRD): Uma forma de estruturar um conflito de idéias entre membros da equipe e explorar as suposições que estão por trás daquilo. Apesar de não ter gostado muito da forma como o modelo te obriga a preencher alguns poucos quadradinhos, tirei duas idéias boas do exercÃcio: ele te força a pensar no objetivo em comum por trás das suposições dos pontos de vista opostos e ele te força a usar palavras extremas e exageradas ao defender as diferentes suposições. Com isso, você acaba chegando em frases do tipo: “Tecnologias tradicionais NUNCA são arriscadas”, “A ÚNICA forma de motivar os desenvolvedores é utilizando tecnologias de ponta” ou “As novas tecnologias são SEMPRE o MAIOR risco”.
- Mapa de Objetivos Intermediários (Intermediate Objective Map ou IO-Map): Uma árvore para estruturar os fatores crÃticos de sucesso e as condições necessárias para atingir um objetivo (raÃz da árvore). Acredito que é fácil utilizar essa ferramenta do jeito errado (quebrando o objetivo em diversos fatores de sucesso e sub-otimizar as partes ao invés do todo), no entanto tirei uma lição do exercÃcio prático: mesmo não sendo muito eficaz, ela te força a pensar sobre o objetivo e a expressar essas idéias, levando a um maior entendimento a respeito do objetivo (ou mesmo encontrando um objetivo melhor).
Reface Your Team Space – Patrick Kua
Um workshop excelente do Patrick Kua, da Thoughtworks de Londres. Em uma atividade interativa e criativa, discutimos em equipes diversas formas de exibir informações no espaço de trabalho. Como podem ver pelas fotos, passamos boa parte do tempo rabiscando e discutindo várias formas de tornar o progresso visÃvel e ajudar a equipe a entender o andamento do projeto (tanto da iteração atual quanto do projeto como um todo).Na segunda parte do workshop, sentamos em uma espécie de “mesa-redonda” (sem a mesa no meio) e discutimos diversas práticas e ferramentas que utilizamos em projetos passados. Levantando idéias que deram certo e outras que não deram certo, aprendi bastante com a experiência das outras pessoas. Algumas das coisas que compartilhei que as pessoas gostaram:- Retrospectivas fora do ambiente de trabalho: quando a retrospectiva é feita no mesmo (ou próximo do) ambiente de trabalho, eles tendem a se concentrar menos, pois estão no seu habitat natural. Ao invés de rearranjar ou refatorar o ambiente para diversos propósitos, as vezes é melhor trocar de ambiente. Essa técnica funcionou muito bem para mim.
- Humorômetro: já utilizei essa técnica em diversos projetos e todo mundo parece gostar e adotar. A idéia é japonesa, e se chama Niko-niko calendar. Cada membro da equipe tem uma linha num calendário e, ao final do dia, cola um adesivo colorido ou desenha um smiley que representa seu humor naquele dia. Esse indicador geralmente não serve para a comunicação com gerentes ou pessoas externas (Não é para virar algo do tipo: “Em média, o Fulano é mais triste que o Siclano”), mas sim como um fator de motivação dentro da equipe. As pessoas tendem a soltar a criatividade e eu diria que 99% dos projetos que começaram a usar decidiram continuar com essa prática.
- Combinados ao invés de regras: essa foi uma idéia que o CÃcero, da Paggo, compartilhou com a gente na última palestra no IME. Ao invés de definir regras para a equipe, ele define “combinados” pois é algo que as pessoas concordam em seguir e soa menos como uma imposição. E outra coisa: quando você combina alguma coisa, sua responsabilidade em cumprir o combinado é muito maior do que quando quebra uma regra alheia.
E agumas coisas legais que aproveitei e vou testar:
- Mantra do dia: a equipe tem uma pilha de “mantras” e a cada dia, na reunião em pé, uma é escolhida e compartilhada na área de trabalho.
- Diferentes materiais: estou trazendo comigo post-its em forma de setinhas que são muito legais. Além disso, conheci uma folha de papel com estática (não sei o nome certo) que gruda na parede e serve como quadro branco improvisado. Infelizmente não sei se vou conseguir achar um desses no Brasil. Outra idéia boa de material é usar uma espécie de cera (ou massinha) para grudar os cartões na parede.
- Sinais sonoros: quando o build quebra, ao invés de mandar e-mail (que na minha experiência não é uma boa mÃdia, pois as pessoas ignoram depois de um tempo) ou usar uma lava-lamp (que é legal, mas hardware X10 no Brasil é muito caro), usar algum sinal sonoro para avisar que tem algo errado. Pensei na trilha do plantão da globo, pois essa é uma música que sempre me assustou e me fez prestar atenção. :-)
- Tokens: além do token da reunião em pé e da integração, que já utilizei em algumas ocasiões, conheci outros tipos de tokens: um peixe, para quando alguém começa a desviar do assunto você arremessar e “pescá-lo” de volta; um timer de tomate (aqueles de cozinheiro), para usar como estimativa e para servir como cronômetro e focar o trabalho durante um certo perÃodo de tempo (olha que divertido: “Essa história eu estimo em 4 tomates”).
- Sino da História: um sino que é tocado sempre que um par termina uma história. Numa equipe grande isso pode ser uma boa forma de mostrar que as coisas estão andando.
- Nariz de Palhaço: esse pode ser um pouco ofensivo, mas se o seu build estiver quebrando frequentemente, considere premiar alguém com um desses. :-)
Conclusões e Próximos Passos
Essa conferência foi muito proveitosa. Pelo fato de ser bem menor que a Agile (esse ano foram aproximadamente 200 participantes), tive a oportunidade de ficar muito mais perto de pessoas importantes como Kent Beck, Joshua Kerievsky, Mary e Tom Poppendieck, dentre outros. Além disso, conheci muitas pessoas da comunidade XP na Europa e tive a chance de compartilhar experiências e aprender bastante. Esse tipo de evento é sempre empolgante e estimulante, pois saÃmos com diversas idéias novas. Espero poder compartilhar algumas dessas idéias com a comunidade ágil do Brasil e volto no final de semana com vontade de fazer um monte de coisas novas por aÃ. Me aguardem… :-) Tags: agile, conference, informative, lean, team space, workarea, xp, xp2007 No Comments »